domingo, 21 de novembro de 2010

AS ARTES MARCIAIS DENTRO DO TEMPLO SHAOLIN

      O que se sabe de concreto é que as artes marciais surgem, de fato, no templo Shaolin, por volta de 520 d.C., graças ao pioneirismo de Bodhidharma, o 28º patriarca do budismo, conhecido também como TA MO, em chinês, e Daruma Taishi em Japonês.
Bodhidharma era filho do rei Sughanda, que pertencia à casta dos guerreiros Kshastriya. Apesar de ter se convertido budista muito cedo, o Príncipe Bodhidharma mantinha um esquema severo de treinamento marcial aliado aos seus estudos religiosos – esquema baseado nas artes de lutas do famoso mestre marcial, indiano Prajntara. Pouco a pouco, o mestre indiano foi se afeiçoando a Bodhidharma e lhe passou todos os princípios de marcialidade de acordo com a visão interna e externa, transformando-o em um guerreiro muito poderoso, possuidor de uma consciência espiritual bastante apurada, graças aos ensinamentos budistas que o espiritualizaram.
Bodhidharma, ainda na Índia, começou a perceber que a meditação era a base para evolução espiritual e que nada adiantaria a técnica marcial sem a espiritualidade. A marcialidade e a espiritualidade, aliadas, seriam uma “porta aberta” para outros níveis de evolução humana. A parte física via se desgastando com o avanço da idade do homem, mas, se esta for aliada a espiritualidade com raízes na medita, poderão condiciona-lo ao pleno equilíbrio – tanto internamente quanto com o universo exterior.
As lutas passam a ser uma maneira para dominar o mundo interior do homem, levando-o a controlar seus medos. As artes marciais servem, então, como recursos de luta, tanto para auto-defesa quanto para proteger os mais fracos dos abusos praticados por outros.
A defesa pessoal contida na marcialidade passa a servir para a autodefesa física, como ultimo recurso, ou ainda para defender os mais fracos das opressões dos mais fortes. Essa idéia de justiça estava presente no budismo, ao ensinar que o forte jamais deveria se aproveitar da superioridade física para agredir o fraco.
Bodhidharma tinha a missão de difundir o budismo original no máximo de locais possíveis, pois em vários países próximos à Índia, o budismo se desenvolvia, mas de uma maneira errada. Um dos paises onde existia um forte desvio do budismo verdadeiro era a China. Bodhidharma foi ate lá para pregar a realidade como deveria ser. Andando pelo território chinês, o patriarca budista dirigiu-se ata a corte do Imperador Liang Wu Ti, grande tirano para o seu povo.
No domínio do imperador Liang, o patriarca Bodhidharma entrou em choque com o soberano, pois este seguia uma linha falaciosa do budismo, com muitos rituais. O certo, segundo Bodhidharma, é que a essência budista deveria usar basicamente a meditação para ser ter a interiorização e o auto-conhecimento. Por causa desta discórdia, Bodhidharma teve de se refugiar em um mosteiro Shaolin localizado ao norte da montanha de Soonh Chan. Assim evitou que o imperador o tivesse matado. No templo, permaneceu em meditação durante nove anos, chegando a uma total harmonia interior.
Existem diversas lendas sobre a figura deste patriarca, por que os chineses da Antiguidade centravam seus valores em concepções místicas e em lendas, deste momento em diante, Bodhidharma resolveu hiper-valorizar a meditação e criou alguns novos conceitos para os pensamentos budistas, denominando-os de Dhyanna, que em sânscrito significa meditação. Mas para os chineses, isso ficou conhecido pelo nome de “chan”. Posteriormente, no japão, recebeu o nome de “zen” e na Coréia, “sun”. Essa técnica de meditação fez que muitas pessoas fossem ate o templo de Shaolin e lá aprendessem os métodos “chan”, passado adiante estas novas concepções da meditação.
No Japão, o “zen” teve uma grande participação social e filosófica, evoluindo junto á cultura nipônica. Podemos citar como culturas de enraizamento no “Zen”: a cerimônia do chá, ikebana, bonsai, e muitas artes marciais. A criação do Bushido, o código de honra dos samurais, também tem relação direta ou indireta com o “zen”.
Os treinamentos do templo de Shaolin eram de uma severidade enorme, transformando o monge em uma verdadeira arma, com pleno conhecimento de luta e completo domínio de mente sobre o corpo. Neste templo, os monges meditavam diariamente das quatro da manha as dez da noite. Havia somente breve interrupções para comer e beber, defecar e urinar, e para algumas atividades comuns a todos dentro do templo. Isto durava poucas horas, voltando o monge imediatamente à pratica da meditativa. Havia caso de monges que desmaiavam e ate mesmo morriam durante a meditação, tanto era o rigor. Percebendo que os monges precisavam de uma atividade física para complementar a ociosidade das longas meditações, Bodhidharma começou a ensinar movimentos de luta aos monges, para desenvolver o corpo.
Alguns pesquisadores afirmam que a arte marcial que os monges budistas inicialmente treinavam eram o Vajramushti ( Vajra = real, Mushti = soco ). Esta era uma arte marcial indiana que, hoje esta praticamente extinta. Devido a dificuldade da pronuncia do sânscrito, os chineses fizeram mudanças nos diversos nomes relacionados ao budismo, adaptando os termos a língua. Por isso segundo alguns pesquisadores, o termo vajramushti passou a ser denominado chinês dentro do templo de Shaolin com o nome de Lo Han e, posteriormente, Nalo Jan, Arohan e I Jinsin.         
   se voçe gostou do blog e quer nos ajudar 
    1-clique em um propaganda
    2-deixe um comentario
    3-nos avalie
obrigado por nos acessar

Nenhum comentário:

Postar um comentário